Você sabe o que a rainha Cleópatra tinha em seu armário do banheiro? Documentos históricos revelam que, se pudéssemos viajar no tempo e bisbilhotar o armário dela, assim como e de reis e nobres antigos, encontraríamos uma bela quantidade de compostos aromáticos.
Óleos aromatizados, ervas e resinas eram usados pelos Egípcios já em 3.500 a.C, e também por Gregos, Etruscos e Romanos, rotineiramente. Eles eram usados principalmente pelos nobres, pois podiam custar mais caro do que ouro.
Hoje, temos condições de extrair os óleos essenciais das plantas e o valor deles é bem mais acessível, mas ainda assim, não importa a classe social, nossos armários estão cheios de drogas sintéticas que só amenizam os sintomas e normalmente causam efeitos colaterais.
O que os antigos sabiam e que fomos esquecendo com o decorrer da história é que a natureza nos provê substâncias poderosas em forma de óleos essenciais. Por exemplo, usando apenas um pouco dos óleos essenciais mais comuns, como lavanda, olíbano (também conhecido como frankincense), limão, tea tree e hortelã-pimenta na nossa rotina, podemos ter diversos benefícios, como:
- Melhora da ansiedade
- Sono mais reparador
- Mais ânimo e energia no dia a dia
- Melhora da imunidade
- Combate a doenças causadas por vírus, fungos e bactérias
- Melhora de dores musculares
- Melhora de dor de cabeça
- Pele mais bonita e saudável
- Combate à celulite
- Combate a inflamações
- Promoção de saúde hormonal
- Melhora das funções digestivas
- Limpeza de casa, substituindo substâncias químicas
- Higiene corporal livre de química, fazendo desodorante e pasta de dente caseiros
O Que São Os Óleos Essenciais?
Óleos essenciais são substâncias líquidas e voláteis, retiradas de plantas aromáticas e medicinais principalmente por destilação, que são repletas de princípios ativos naturais.
Um princípio ativo natural é a substância que pode ser extraída e isolada de plantas medicinais e que possui propriedades terapêuticas cientificamente comprovadas.
Os óleos essenciais são estocados em células encontradas nas folhas, tronco, galhos, pétalas das flores, raízes e sementes.
Estas substâncias líquidas são chamadas de “óleos” porque são lipossolúveis e não se misturam com a água, mas ao contrário de óleos vegetais, os óleos essenciais evaporam e não são gordura, pois não possuem ácidos graxos em sua composição.
A planta produz óleo essencial para ajudá-la a se adaptar ao meio ambiente e, por isso, sua produção aumenta em situações de estresse.
Elas produzem óleos essenciais para protegê-las contra insetos e pragas; suportar longas estações de frio ou calor; proteger contra bichos que querem se alimentar delas; fazer proteção solar, como no caso da mirra e do olíbano, cujos óleos essenciais impedem que o sol as desidratem; fazem atração de polinizadores; controlar animais e insetos de seu ambiente através de ações hormonais; proteger contra bactérias, fungos e vírus etc.
Por exercer todas essas funções, dizem que os óleos essenciais são a inteligência imunológica da planta. E quando entendemos as funções que os óleos exercem nelas mesmas, nos insetos e animais ao seu redor, entendemos as funções que eles exercem nos seres humanos.
Óleos Essenciais x Essências
Os óleos essenciais estão presentes em mais de 30 mil tipos de plantas diferentes sendo que a humanidade só tem conhecimento de três mil plantas. Ou seja, apenas 10% do acervo do mundo já foi reconhecido. Desses três mil óleos essenciais que já foram encontrados, apenas 300 são profundamente estudados e comercializados no mundo todo.
Ao contrário dos óleos essenciais, as essências não possuem origem vegetal. Elas são sintetizadas de derivados de petróleo em laboratórios, enquanto que os óleos essenciais são formados dentro de complexos organismos vivos, que são as plantas aromáticas.
Essências sintéticas são muito mais baratas e possuem escala de produção, sendo importante para indústrias de perfumes, cosméticos e de limpeza, pois são muito mais baratos do que os óleos essenciais.
Entretanto, as essências servem apenas para perfumar e não têm efeito terapêutico algum.
Já os óleos essenciais têm poder farmacológico, que são comprovados cientificamente. Existe uma ciência dedicada ao estudo dos odores chamada Osmologia e a aplicação de óleos essenciais no corpo é estudada pela Farmacognosia. Enquanto a primeira estuda os efeitos psicológicos e a segunda estuda os efeitos físicos.
Os óleos essenciais são substâncias concentradas e são necessárias centenas de quilos de plantas para obtenção de 1 litro de óleo.
Um vidrinho de 10 ml tem aproximadamente três quilos de plantas aromáticas
Veja o Rendimento de Óleo Essencial por Planta:
Rosa – 140g de pétalas por planta
Lemongrass – 4g de folhas por gota
Gerânio – 20g de folhas por gota
Lavanda – 6,5g de flores e folhas por gota
FONTE: LIVRO TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, DE FERNANDO AMARAL
Como Diferenciar Óleos Essenciais de Essências?
Infelizmente, muitos produtos são vendidos como óleos essenciais quando na verdade são apenas essências sintéticas ou os óleos são adulterados. A falsificação dos óleos essenciais pode acontecer através dos seguintes procedimentos:
– Adição de compostos sintéticos de baixo preço;
– Mistura do óleo vegetal de qualidade com outros de menos valor;
– Adição de substâncias sintéticas;
– Falsificação completa através de substâncias sintéticas
As falsificações estão cada vez mais sofisticadas e difíceis de identificar, mas alguns itens podem ser observados antes da compra do produto:
- Embalagem: Um óleo essencial jamais será vendido em vidro transparente, pois oxida-se com facilidade quando entra em contato com a luz. Os frascos devem ser de vidro, já que os óleos essenciais dissolvem plásticos. A embalagem deve ter conta-gotas, pois as medidas das gotas dos óleos essenciais é padronizada. As tampas devem ser lacradas, garantindo qualidade e evitando adulterações do produto.
- Cor: Óleos essenciais não possuem cores muito vibrantes e somente alguns óleos possuem alguma coloração. Em geral, os óleos essenciais são transparentes ou amarelo claro, salvo algumas exceções, como o óleo essencial de camomila, que possui a coloração azulada; a tangerina, laranja e orégano, que têm cor alaranjada; o pachouli, a casca de canela e o vetiver têm cor amarronzada e o Cedro de Himalaia, valeriana e a bergamota possuem cor esverdeada. Desconfie de óleo de lavanda de cor lilás.
- Dissolução: Óleos essenciais não se dissolvem em água. Se ao pingar uma gota na água ela se turvar de branco, isso é um indício de que o produto é adulterado. Um óleo essencial 100% natural costuma boiar ou ir para o fundo, como o óleo essencial de vetiver ou de pachouli, que possuem maior peso molecular. Entretanto, muitos óleos falsos têm sido adulterados com óleos graxos e também não irão se misturar na água.
- Cheiro: Produtos com cheiro de álcool ou óleo de cozinha são adulterados e deixados de lado. A não ser que sejam rotulados como diluídos, como acontece com os óleos de rosa e de jasmim, que por serem muito caros, costumam ser diluídos em óleos vegetais.
- Preço: Como vimos acima, é necessário muita planta para fazer 1 gota de óleo. Assim desconfie de óleos muito baratos.
- Durabilidade na Pele: Óleos essenciais legítimos duram mais tempo na pele. É por isso que perfumes caros, que usam óleos essenciais verdadeiros, duram mais na pele do que perfumes falsificados, que usam essências sintéticas.
Como Usar os Óleos Essenciais
Os óleos essenciais podem ser usados de diversas formas. A forma de uso ideal é escolhida de acordo com o que se queira tratar e a pessoa que vai receber o tratamento. As formas mais comuns são:
Inalação Direta: Inalação diretamente do vidro. Abra o frasco e inspire perto do vidro. Ao expirar, afaste o vidro para não estragar o óleo. Outra forma é pingar uma gota de óleo essencial na mão e respirar, fazendo formato de concha com as mãos.
Inalação Indireta: Difusão de óleos essenciais no ambiente, com nebulizadores, difusores de tomada, colares aromáticos, difusores de varetas etc.
Ingestão: Não são todos os óleos essenciais que podem ser ingeridos e é preciso ter cuidado, pois alguns compostos químicos contidos nos óleos essenciais interagem com medicamentos. Em geral, os óleos essenciais cítricos são seguros, mas estude por fontes confiáveis ou converse com um aromaterapeuta antes de fazer a ingestão.
Uso Tópico: Normalmente misturamos os óleos essenciais com algum óleo carreador (óleos vegetais, como azeite, óleo de coco, de amêndoas, abacate, uva etc) para aplicar na pele de forma mais segura. Pode ser usado para fazer cosméticos ou aplicar massagens.
Há outras formas para aplicação de óleos essenciais, como banho de assento, banho de imersão, banho nos pés e supositório, mas as citadas acima são as mais comuns.
Os Óleos Essenciais Mais Usados
1) Óleo Essencial de Lavanda Angustifolia
O óleo essencial de Lavanda Angustifolia, a lavanda francesa, é bastante usada para problemas emocionais como estresse, insônia, ansiedade, depressão e agitação mental.
É o óleo essencial mais usado para acalmar e melhorar a qualidade do sono, com eficácia comprovada cientificamente.
Ajuda a amenizar tensão nervosa, tensão muscular, cólicas, dores e inflamações. Na pele, é bom para acne, psoríase, assaduras, rosácea e acelera a cicatrização de cortes e queimaduras.
Atualmente, há mais de 300 estudos científicos demonstrando o poder do óleo essencial de melaleuca contra micróbios. Por isso, este óleo é o mais usado para problemas como acne, caspa, micoses de pele e de unha, afta, herpes, infecções de ouvido, candidíase, frieiras e tudo que tem como causa infecção de bactérias, fungos e vírus.
É também eficaz contra parasitas e ajuda a regenerar a pele.
O uso no ambiente purifica o ar, evitando infecções aéreas.
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3) Óleo Essencial de Hortelã Pimenta
O óleo essencial de hortelã pimenta ou peppermint é um eficiente analgésico natural e relaxante muscular. É também excelente para tratar desordens estomacais e ajudar a melhorar a digestão. Tem ação estimulante da circulação local, por isso é indicada em tratamentos de varizes e celulite. É também usada para amenizar dores de cabeça e distúrbios respiratórios.
Indicada na aromaterapia para clarear a mente e ajudar a organizar os pensamentos.
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4) Óleo Essencial de Limão Siciliano
O óleo essencial de limão siciliano é muito indicado para tratar obesidade e celulite, pois ajuda na circulação e retenção de líquido. PÉ um óleo constantemente usado em massagens redutoras.
Por ser solvente, é indicado para cálculos renais e desengordurante de cozinha e limpeza de casa em geral.
Combate enxaqueca, caspa e atua como adstringente, sendo eficaz para pele oleosa.
Indicado também para problemas digestivos. É excelente para o trato respiratório, sendo indicado em resfriados e congestões nasais.
No emocional, ajuda a combater depressão, a passar autoconfiança e dar mais ânimo e energia.
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FONTES PRINCIPAIS:
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, DE FERNANDO AMARAL
CURSO FUNDAMENTOS DE AROMATOLOGIA, DO IBRA
CURSO PELE DE PÉTALAS, ANDRÉ FERRAZ