Você já ouviu falar de Crudivorismo? Também conhecido como alimentação viva, dieta crudívora e, em inglês, raw food, o crudivorismo busca a ingestão dos alimentos em sua forma natural, ou seja, crus.
Isso não significa que os crudívoros, como são chamados os adeptos dessa forma de alimentação, comam apenas salada. E nem sempre os pratos são frios.
A maior preocupação dos crudívoros é de não esquentar a comida acima da temperatura de 40 graus. De acordo com os defensores dessa dieta, a partir desta temperatura haveria perda de nutrientes e enzimas dos alimentos. Então, ao esquentar a comida, coloca-se a mão dentro da panela. Enquanto a mão suportar o calor, as enzimas e nutrientes estão preservados. Ficou difícil de suportar o calor? Hora de desligar o fogo e comer.
Outra técnica dos crudívoros é o “cruzinhamento”, que consiste em colocar sal ou limão nas verduras para que elas percam água e fiquem mais molinhas. Além disso, pode-se apertar com a mão o alimento para transferir calor e acelerar o processo.
Equipamentos da Culinária Crudívora
Quem segue a alimentação crudívora normalmente possui em sua cozinha um liquidificador potente, processador de alimentos, panela de pedra e desidratador. O liquidificador vai fazer sucos verdes, molhos e queijos de castanhas. Quanto mais potente, menos água e mais cremosa será a consistência. O processador de alimentos ajuda a triturar e misturar grãos, castanhas e outros ingredientes para fazer massa de pão, de hambúrguer e o que mais a criatividade permitir. A panela de pedra ajuda a amornar os alimentos sem queimá-los, esquentando devagar e segurando o calor por mais tempo. Já o desidratador serve para fazer frutas e legumes secos, crackers, pão e outros deliciosos snacks. O aparelho retira a água do alimento, mas preserva as enzimas e nutrientes.
Os pratos da cozinha crudívora que não perdem em nada dos pratos tradicionais, nem em beleza e nem em sabor. Veja alguns exemplos:
Crudivorismo x Base Científica
Na década de 1930, um médico suíço chamado Paul Kouchakoff demonstrou que a cozedura do alimento em temperatura alta modifica sua estrutura. Desta maneira, o corpo não consegue mais reconhecer o alimento e o trata como se fosse uma toxina.
Este estudo foi abordado no documentário “Food Matters“. Nele, os especialistas defendem que os alimentos perdem suas propriedades depois de cozidos e, por isso, devemos nos certificar de que pelo menos 51% de cada alimentação que fazemos seja crua.
Veja Trecho do Documentário Abaixo:
No Brasil, a grande defensora e precursora deste tipo de alimentação é a Maria Luiza Branco, do projeto Terrapia. Este projeto teve início em 1997 e desde 2015 integra o Programa Fiocruz Saudável, desenvolvendo ações direcionadas para as comunidades carentes no Rio de Janeiro.
Assista a um vídeo do Globo Repórter sobre crudivorismo e suco de clorofila. A Dra. Maria Luiza é entrevistada no final da reportagem e ensina a germinar semente.
Cuidados com a alimentação crudívora
Dentro da alimentação crudívora tem várias correntes. Existem os crudívoros que comem exclusivamente comida crua; há os frugívoros, que se alimentam apenas de frutas; outros inserem alimentação crua em suas refeições, mas também comem alimentos cozidos.
O crudivorismo exclui alimentos industrializados, farinha e açúcar refinado. O que faz muito bem. Entretanto alimentos crus são mais difíceis de serem digeridos e é preciso ter uma capacidade de digestão muito boa para seguir essa dieta de forma exclusiva por muito tempo.
Por isso, é importante que cada um escute o seu corpo e perceba qual tipo de alimentação é a mais indicada. Comida crua faz você ficar com barriga estufada e gases? Talvez a sua digestão não seja adequada para esse tipo de alimento. De qualquer forma, é possível excluir alimentos industrializados e inserir no lugar alguns alimentos vivos, como sucos detox, leites de castanhas, desidratados e muito mais.